Basta uma equipe de reportagem buscar fazer a cobertura de aumento de movimento nas rodovias do país, e ato seguinte se começam a falar sobre o aumento do fluxo de veículos, e não é raro fazer menção que o grande, e declara-se que, quase que o único motivo para os acidentes é o excesso de velocidade dos motoristas. Nada mais se faz citação.

Quando é a versão oficial de agentes de trânsito, como policiais rodoviários, por óbvio somente podem falar a “versão oficial” e esta desculpa é repetida de forma invariável, por agente, porta-voz, imprensa, etc.

É desconhecido alguém falar sobre a sobrecarga das rodovias, a baixa qualidade de planejamento das mesmas, o ângulo de curvas mais fechadas, a falta de acostamento, ou ainda o ângulo da curva que é projetada que permite deslocar o veículo para fora da pista, quando o Estado, flagrantemente se omite e nada fiz ou aponta. Sem falar na falta de conservação.

Algumas informações chamam a atenção… Ponte estreita: A ponte foi construída. Alguém fez uma ponte estreita e depois se deu o trabalho de colocar a placa na frente. Curva perigosa: Um engenheiro projetou uma rodovia, fez um projeto ruim ou permitiu que tal trecho continuasse assim, ao ponto de se ter uma curva perigosa, e ainda reconhece o erro, com uma placa, informando que a curva é perigosa. Longe de ser somente um aviso, isso é uma verdadeira confissão de um erro de planejamento, em ambos os casos.

Há que se alertar que uma rodovia também tem uma capacidade máxima de carga, que deveria ser divulgada e respeitada. Inclusive para efeitos de projetos, duplicação, utilização diária, melhores horários, etc. Isso é totalmente ignorado pelo governo. Qual o limite é utilizado em uma rodovia? A quantidade de veículos que couber. Por elementar, com a sobrecarga de uma rodovia, além de danificar a pista, aumenta em muito os riscos de acidentes de todo tipo, aumento do tempo de viagem, engarrafamentos intermináveis, mas isso não interessa para a versão oficial. Se for uma rodovia com pedágios, melhor ainda, o importante é arrecadar, não importa nenhum outro detalhe.

Apenas como exemplo, na Alemanha, existem rodovias onde o limite de velocidade é liberado e nem por isso esta prática é fator para acidente. Infelizmente, por omissão do DNIT e ANTT, mesmo as rodovias pedagiadas no Brasil não se equiparam as melhores rodovias da Alemanha.

Honesto seria o governo, em todas as suas esferas divulgar a capacidade de carga da rodovia, apontando os momentos que ocorre a sobrecarga e por quanto tempo, e ainda que medidas estejam em prática ou deveria tomar para reduzir esta sobrecarga. Mas isso, pelo visto não é importante. Enquanto estamos chorando os nossos mortos, o governo apenas se preocupa em divulgar informações tendenciosas e imputar a responsabilidade quase que única e exclusivamente ao condutor, e furtar-se a sua responsabilidade, prática esta cada dia mais comum.

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